14 de outubro @ stella maris


Em dias cinzentos como o de Domingo batemos sempre às portas do céu, as portas escancaradas, as únicas que sabemos verdadeiramente nossas. Em dias cinzentos como o de Domingo recordamos o primeiro abraço com Deus, o seu rosto que nos ecoa por dentro. Em dias cinzentos como o de Domingo partilhamos a alma, abandonamos os medos, esvaziamos os dias. Em dias cinzentos como o de Domingo comungamo-nos. Foi uma tarde com Cristo acolhidos pelo calor daquele primeiro abraço cujo cheiro ainda se sente no ar, talvez nunca desapareça, ou talvez se renove a cada passo. E há cada vez mais passos, e há cada vez mais caminho, e um dia já nem o pó da terra os denunciará, nossas asas esplêndidas estarão abertas tal como as portas do céu. É este o projecto de Cristo, um projecto de crescimento, feito de passos. E é absolutamente arrepiante saber-nos juntos, a cada fim de tarde com Cristo, acolhidos em sua casa, comungando-nos debaixo do seu olhar.

[inês fontoura]

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