Tivemos a benção de ter connosco o D. Manuel Clemente, Bispo do Porto, a fazer a perspectiva histórica e acima de tudo humana do Caminho de Santiago que muitos dos nossos Companheiros percorrerão dentro de dias.
Eis como o Franscisco Gomes, do 10º ano sentiu o encontro com o D. Manuel:
"Ouvi o D. Manuel com atenção. Prendeu-me principalmente uma pequena frase que este proferiu, "o Caminho é muito bom, mas é preciso que ele entre em nós".
É verdade, o Caminho é mesmo espantoso. As pessoas com quem o fazemos, o que sentimos. A partilha, o modo como tentamos ser o mais abertos possíveis e dar a cada um um bocadinho de tempo para caminhar a nosso lado.
Mas, para o Caminho se interiorizar, e entendermos o seu verdadeiro significado, temos de caminhar da mesma forma na maior peregrinação de todas: a nossa vida. Por esta razão é que o Caminho não termina na praça do Obradoiro, ele apenas acabou de começar..."
Fim de tarde com Cristo V
"Apesar da chuva desorientada, juntámo-nos, mais uma vez, na Igreja de S. José das Taipas para rezarmos Vésperas.
Sentámo-nos em volta de velas acesas e incólumes às correntes frias que passavam. Encontramos conforto no silêncio compartilhado - a compreensão sem palavras - e deixamos que cada sílaba ecoada ganhasse, em nós, significado.
A graça de Deus encheu o espaço e o olhar de todos os que ali se encontravam, o que nos ajudou a reconhecermos nos nossos gestos as acções dos primeiros cristãos.
Agradecemos a dádiva do silêncio que, nos dias que correm, se torna precioso. Por estes dias, gastam-se palavras a mais, quando, muitas vezes, o essencial reside na mudez."
Sentámo-nos em volta de velas acesas e incólumes às correntes frias que passavam. Encontramos conforto no silêncio compartilhado - a compreensão sem palavras - e deixamos que cada sílaba ecoada ganhasse, em nós, significado.
A graça de Deus encheu o espaço e o olhar de todos os que ali se encontravam, o que nos ajudou a reconhecermos nos nossos gestos as acções dos primeiros cristãos.
Agradecemos a dádiva do silêncio que, nos dias que correm, se torna precioso. Por estes dias, gastam-se palavras a mais, quando, muitas vezes, o essencial reside na mudez."
Ana Patrícia Monteiro
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